Sérgio Mello e o irmão Orion abriram a empresa Enovative com um objetivo aparentemente simples, mas que tem guiado todos os projetos inovadores da empresa: não usar mouse ou teclado para interagir com o computador. Assim, eles e o novo sócio Guilherme Franco têm aos poucos explorado os diferentes mercados que se abrem para sistemas interativos. Um deles é o ramo dos museus e acervos históricos, em que o público e os pesquisadores têm acesso mais fácil e dinâmico à história. Mas publicidades, imóveis, jogos e outros já estão ganhando as telas interativas da Enovative.
- Desde 1992, quando trabalhava na Procergs, já fazia pesquisa com o que a gente chamava, na época, de multimídia, e consistia em sistemas como os terminais bancários que existem até hoje. Depois, trabalhei com internet, à medida que a tecnologia foi evoluindo - relembra Sérgio Mello.
Com produtos de software e hardware pioneiros no Estado e, em alguns aspectos, entre os poucos existentes no país, a Enovative começou em 2008, em parte para atender à sugestão de um conhecido para ajudar em um projeto para o museu do Internacional de Porto Alegre. A demanda deu origem a vários produtos, como totens interativos, em que o visitante pode pesquisar a história do futebol e do clube, ver a escalação de jogos históricos e fotos antigas, e um sistema em que o torcedor assiste a um gol famoso e pode se ver na torcida do Beira-Rio. Outro serviço da Enovative é o da gestão de acervos, com a documentação de todo tipo de arquivo, objeto e documento que um museu ou empresa armazena, e que os interessados podem acessar de uma forma mais lúdica e intuitiva.
Voz, toque e movimentos são o meio de interação
Os sistemas e os equipamentos feitos pela Enovative têm como ponto forte a facilidade de acesso, com a intuição qualquer pessoa encontra o que está procurando. Nas mesas interativas, até cinco pessoas podem fazer pesquisa ao mesmo tempo, com a ponta dos dedos. Em telas maiores, que podem ser projetadas na parede, o movimento do corpo ou a voz é que dá os comandos. Ações de publicidade em eventos são outro mercado.
Futuro é ampliar a realidade
No horizonte, Mello visualiza inúmeras aplicações para os sistemas interativos, além do que já vem sendo feito com tablets e smartphones com tela touchscreen, que ajudam as pessoas a se acostumarem mais rapidamente com essas novidades.
Aulas e treinamentos em que a turma ou o indivíduo imerge em um ambiente simulado, vê de perto peças de máquinas, órgãos do corpo humano ou animais extintos, e tem a ajuda da informação virtual para aprender a operar um equipamento são algumas das possibilidades.
- No futuro, é possível visualizar aplicações para a chamada realidade aumentada. A exemplo do Google Glass, mas mais sofisticado, como um óculos que acrescenta informações ou imagens naquilo que o indivíduo está vendo, por exemplo - imagina Mello.
Incubadora dá o empurrãozinho
Um passo em direção a esse futuro tem como palco a Incubadora Tecnológica (Itec) do Centro Universitário Franciscano (Unifra), em que a empresa incubou projetos na área da saúde. Aproveitando a demanda que deve surgir na própria Unifra, de pesquisas e atendimento de saúde, como fisioterapia e medicina, a Enovative trabalha para criar produtos para esses campos, como o tratamento de pessoas com problemas de locomoção.
A empresa
ENOVATIVE
- O que faz - Desenvolve sistemas interativos para diferentes plataformas e finalidades
- Em que inova - Os sistemas da Enovative são mais personalizáveis que os feitos ou importados por outras empresas do país para totens ou mesas interativas, projeções na parede ou no chão como interfaces do computador com o usuário
- Quando começou - 2008